A Polícia Civil do Pará anunciou, nesta quinta-feira, 27, em entrevista a jornalistas, na sede da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicas (DPRCT), a prisão do terceiro integrante do grupo de clonadores de cartões bancários. Luís Mesquita Souza, 43 anos, de apelido “Caixa”, foi preso, na noite desta quarta, enquanto fugia em um ônibus interestadual para o Estado do Piauí, por uma equipe do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil piauiense. Ao ser preso, ele portava cerca de 240 cartões bancários clonados, R$ 83 mil em dinheiro obtido por meio de saques fraudulentos e um equipamento denominado de “ATM Card Skimming”, popularmente conhecido como “chupa-cabras”, usado para copiar dados de cartões magnéticos de clientes bancários. “Caixa” é comparsa de Alef Luís Sousa de Oliveira, 20 anos, e Fabrício Leite de Sousa, 27, presos, no último dia 25, no interior de uma agência bancária, no centro de Belém, no momento em que efetuavam saques fraudulentos e tentavam realizar empréstimos com cartões clonados. Com ele, um cartão clonado foi apreendido.
Luís Souza, que estava dando cobertura aos comparsas, fugiu na ocasião. O delegado Samuelson Igaki, da DPRCT, responsável pelas investigações do esquema, apresentou detalhes sobre a captura do grupo resultado da operação “Android III”. Ao todo, R$ 99 mil foram sacados de forma indevida na última terça-feira, de uma apenas um banco no Pará. Trata-se, segundo o delegado, de um grupo oriundo do Estado do Ceará e do Distrito Federal. Os três chegaram a Belém, na segunda-feira passada, vindos da capital federal.
Primeiramente, eles estiveram em Marabá, sudeste do Pará, onde clonaram dezenas de cartões bancários de correntistas do banco, usando o “chupa-cabras”. Trata-se de um equipamento composto de notebook, microcâmeras e de um mecanismo que copia os dados de cartões e filma a digitação das senhas dos cartões de clientes, em caixas de autoatendimento bancário. Depois com as informações, os criminosos usam cartões virgens que são alimentados com os dados dos cartões clonados. Assim, eles passam a fazer saques, transferências e efetuam compras. Conforme o delegado, um dos acusados, Alef de Oliveira, já foi preso em Belém por três vezes, assim como Luís Souza. Já Fabrício foi preso duas vezes.
As investigações iniciaram com denúncia feita pela Gerência de Segurança do banco vítima do golpe. Conforme o delegado Samuelson Igaki, com base nas informações, a equipe de policiais civis da DPRCT passou a investigar os fatos. "Apuramos que aproximadamente 30 saques foram realizados de forma fraudulenta em Belém, só na terça-feira passada, e constatamos, através de imagens do circuito interno, que três homens efetuaram os saques ilegais. Ao verificarmos as fotografias dos criminosos, um deles, Alef Luís, foi reconhecido, por já ter sido preso nesta Divisão de Polícia pelo mesmo crime", detalha o delegado.
Alef é natural do Estado do Ceará e tem residência na Avenida Paranoá, em Brasília (DF). De posse das fotografias, enviadas pela Gerência de Segurança do banco, a equipe da DPRCT passou a investigar o paradeiro dos acusados até receber informação de que os três homens estavam novamente fazendo saques indevidos em um caixa eletrônico do banco instalado no interior de uma farmácia na rodovia BR-316, no centro de Ananindeua.
Nesse local, os dois não foram encontrados, porém as buscas prosseguiram. Uma nova informação levou os policiais civis até a agência do Banpará na Avenida Presidente Vargas, centro da capital paraense, já por volta de 16h15 de terça. Foi quando dois (Alef e Fabrício) dos três acusados foram abordados e presos em flagrante no momento em que efetuavam os saques ilegais e tentavam fazer empréstimos com cartões clonados. Com eles, foram apreendidos cerca de R$ 7 mil em dinheiro e um cartão cartão clonado. Um dos presos, Fabrício Leite de Sousa, é cearense e mora em Fortaleza. Os dois foram levados para a DPRCT, onde confessaram a prática do crime em depoimento e informaram ao delegado que um terceiro comparsa teria ficado com quase todos os cartões clonados e com a maior parte do dinheiro sacado de forma ilegal que estava dentro de uma mochila.
Segundo Igaki, os presos são criminosos contumazes nessa modalidade de crime. "Eles aplicam fraudes tecnológicas em diversos Estados do Brasil para obter milhares de reais em detrimento das vítimas e assim acabam por manter uma vida luxuosa com o produto do crime", salienta. As investigações prosseguiram até que, nesta quarta, os policiais civis da DPCRT foram até Castanhal, onde havia informações de que o terceiro integrante poderia fugir, por meio do Terminal Rodoviário. Nessa cidade, os policiais civis confirmaram que Luís esteve hospedado em um hotel, na rodovia BR-316, perto da Rodoviário, e que saiu em viagem, em um ônibus interestadual, com destino à Teresina.
Como a chegada era prevista para as 23 horas, e portanto não haveria tempo dos policiais se deslocarem para prender o acusado na chegada à capital piauiense, o delegado manteve contato com policiais civis do Piauí, para pedir apoio no sentido de prender o fugitivo. Três equipes da Inteligência do Piauí comandadas pelos delegados Matheus Zanatta, Alessandro Barreto e Daniel Pires, interceptaram o coletivo, na rodovia, à altura do Piauí, e, durante a revista aos passageiros, identificaram e prenderam Luís Souza.
Ele permanecerá preso na capital piauiense até ser recambiado ao Estado do Pará. Segundo o delegado Samuelson Igaki, Alef, ao confessar o crime, revelou ter comprado o equipamento “chupa cabras”, por R$ 3 mil, em uma feira popular, em Brasília.
O superintendente de segurança do banco vítima, Sérgio Fontoura, orientou a todos os clientes bancários que se perceberem algo de estranho em suas contas, como valores em dinheiro que aparecem de forma estranha ou desaparecimento de alguma quantia, que informam, de imediato, a gerência do banco, para que medidas sejam adotadas para identificar o problema.
Fonte: Policia Civil
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