Polícia Civil prende organização criminosa autora de homicídios ligados ao tráfico.

A Polícia Civil prendeu sete pessoas que integram uma organização criminosa responsável pela autoria de diversos homicídios relacionados ao tráfico de drogas, na Região Metropolitana de Belém. As prisões foram realizadas em Belém, Ananindeua e em São Luís, do Maranhão, durante a operação “Campestre”, comandada pela Diretoria de Polícia Especializada (DPE), por meio da Divisão de Homicídios. Ao todo, 62 policiais civis vinculados a Divisões Especializadas de Polícia Civil, do Grupo de Pronto-Emprego (GPE) e da Superintendência de Castanhal, participaram da operação deflagrada às 4 horas da manhã. Na Grande Belém, as prisões foram realizadas nos distritos de Icoaraci e Outeiro, e nos bairros do Coqueiro, Sacramenta e Terra-Firme. O grupo também é apontado como responsável por mais dois homicídios e da tentativa de homicídio da qual foi vítima o vereador de Ananindeua, conhecido como “Gordo do Aurá”. 

Presos: Diogo ou Dirceu; Adriano; Flávia e Luiz Carlos (alto). Luiz ou Jefferson; Laércio; Leandro e Maria

Foram presos Dirceu Pimentel Brasil, que usa o nome falso de Diogo Junior Pimentel Brasil; Luiz Azevedo, que usa o nome falso de Jefferson José Vasconcelos da Silva; Leandro Gomes da Costa; Laércio Maciel de Azevedo, de apelidos “Japa” ou “China”; Adriano Rangel Lima da Silva; Maria do Socorro Trindade Lavareda e Flávia Pereira dos Anjos Araújo, que foi presa ontem, por volta de 20 horas, no Aeroporto de São Luiz (MA), no momento em que se preparava para embarcar em um voo com destino à Manaus (AM). Ainda, durante as buscas, foi preso em flagrante Luiz Carlos Baeta, que atua como armeiro do grupo, responsável em arrumar armas usadas nos crimes. Com ele, duas armas de fogo foram apreendidas.

A operação foi desencadeada a partir das decretações de sete mandados de prisão temporária, de 30 dias, e de busca e apreensão domiciliar. Com o grupo, a Polícia Civil apreendeu duas prensas hidráulicas e manuais usadas para prensar maconha; drogas; aparelhos eletrônicos novos e até armas de fogo. As prisões resultaram de investigações iniciadas, no dia 9 de agosto deste ano, quando, por volta de 22 horas, três corpos foram encontrados em um carro Fiat Palio preto abandonado na estrada da Francesa, no município de Benevides, Região Metropolitana de Belém. As vítimas do triplo homicídio foram Roberto Cézar da Silva e Silva, de apelido “Sumano”; Deivid Marques Domicil e Luan William Domingues dos Santos, que foram mortos por estrangulamento, espancamento no rosto e tiros. Depois, os corpos foram abandonados no local dentro do carro. 

Prensas industrais, drogas, aparelhos eletrônicos e armas apreendidas com o grupo

O delegado Gilvandro Furtado, diretor da Divisão de Homicídios, informa que, durante as investigações, a equipe da Divisão de Homicídios apurou que os três homens foram mortos dentro do quarto de um motel localizado na rodovia Mário Covas, em Ananindeua, horas antes de terem os corpos desovados em Benevides. As vítimas, que tinham ligações com o tráfico de drogas, participaram, naquele dia, de uma festa regada a bebidas e drogas em que estiveram presentes 11 garotas de programa, entre as quais havia meninas de 12 a 13 anos de idade, e mais de 12 homens. Durante a festa, houve um desentendimento entre os autores do crime e as vítimas, cujas circunstâncias ainda são investigadas.

 

As investigações mostraram que uma caminhonete Spin, de cor preta, em que estavam pessoas envolvidas no crime, foi o primeiro veículo a entrar no motel às 14h55. Os carros saíram do local, depois dos homicídios, às 21h17, de 9 de agosto. Com o andamento das investigações, a Divisão de Homicídios apurou o envolvimento das sete pessoas presas, entre outras pessoas ainda sob investigação. Uma das pessoas presas, na operação, Maria do Socorro Trindade Lavareda, ao ser presa em sua casa, na rua Lauro Sodré, bairro da Terra-Firme, foi flagrada com o telefone celular de uma das vítimas. As investigações mostraram que Dirceu Pimentel Brasil, que usa o nome falso de Diogo Junior, é o chefe do grupo de traficantes de drogas, e que Laércio Maciel de Azevedo se passava por motorista de táxi para fazer a distribuição e arrecadação do dinheiro da venda de drogas a mando de Dirceu. Os dois estavam no motel no dia do crime. Coube a Laércio levar as garotas para suas casas, depois dos homicídios. As investigações prosseguem para prender os demais envolvidos nos homicídios. 

As investigações mostraram ainda que Luiz Trindade, que se identificava como Jefferson José Vasconcelos da Silva, é comparsa de Dirceu no tráfico de drogas. Já Leandro, que é cunhado de Dirceu, ajudou a desovar os corpos usando uma das motos usadas para acompanhar o carro até Benevides. Já Flávia Araújo foi uma das garotas de programa levadas ao motel. Ela foi presa, ontem por volta de 20h, em São Luís. Segundo informações, não seria a primeira vez que acontecem festas no mesmo motel, com garotas de programa patrocinadas por pessoas envolvidas com o tráfico. 

Policia Civil.