Um assassinato na Vila dos Cabanos, distrito de Barcarena, chocou a população e causou um princípio de revolta na localidade, ontem à tarde. Uma adolescente de 17 anos foi morta com duas facadas, após confusão na frente de uma escola municipal. Os golpes foram desferidos pela tia de outra adolescente de 14 anos, estudante do mesmo colégio. Além da tia da garota, a mãe dela também estava na confusão e as duas foram presas.
O homicídio ocorreu por volta das 15h30 de ontem, na frente da Escola Municipal Lourival Magnus Cunha, onde as jovens estudam. De acordo com a polícia, a adolescente de 14 anos denunciou que estava sendo ameaçada por outras estudantes da escola. Ela então chamou a mãe para ir buscá-la. A mãe, Elizama do Carmo Pedreira, de 31 anos, foi até a escola acompanhada da tia, Kelly Avila do Carmo Pedreira, 30. Quando as duas chegaram à escola, a adolescente estava na secretaria do estabelecimento. Na saída, encontraram as duas estudantes que estariam ameaçando a garota, alem de uma mulher de aproximadamente 30 anos. Uma das estudantes era Jaqueline de Oliveira dos Santos, de 17 anos.
Elizama e Kelly começaram a questionar as duas estudantes, perguntando porque elas estavam ameaçando a garota de 14 anos. Teve início então uma discussão, que gerou uma luta corporal entre Elizama, Kelly, Jaqueline, a outra adolescente e a mulher que estava com elas. Kelly estava com uma faca de serra e começou a usá-la contra Jaqueline e a outra envolvida. Ela relata que a intenção era se defender, já que estava sendo atacada por duas. Enquanto isso, Elizama também travava luta corporal com a outra adolescente. A menor de 14 anos não participou da briga.
Kelly aplicou duas facadas em Jaqueline, que atingiram seu abdômen e o peito. Uma guarnição da Polícia Militar que passava pelo local notou a confusão e foi até onde estava o grupo, mas a garota já estava ferida. Ela foi socorrida no Hospital Municipal do local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Protestos
Moradores da cidade formaram um tumulto na frente da escola, e em seguida foram para o hospital. Um protesto se formou, e depois todos se dirigiram para a delegacia da cidade, onde estavam as duas acusadas. Enquanto isso, Elizama e Kelly foram transferidas para a cidade de Abaetetuba. Segundo o escrivão Alexandre Magno, a transferência das acusadas foi uma medida de segurança. Ainda segundo o escrivão, ambas foram autuadas por homicídio qualificado (motivo fútil).
Elizama contou que, em abril deste ano, transferiu a filha de escola porque ela também sofria ameaças e teria sido espancada por alunas da outra escola. Entretanto, a situação de ameaças se repetiu na escola Lourival Magnus Cunha. 'Nós tínhamos medo que algo acontecesse, sempre mandávamos um mototaxista buscá-la depois das aulas, justamente para evitar maiores problemas', explicou.
Kelly disse que perguntou às duas adolescentes porque elas estavam ameaçando sua sobrinha. 'Uma delas disse que era porque minha sobrinha era 'cachorra', que estava se encontrando com o namorado de uma amiga dela. Eu perguntei pra minha sobrinha, ela negou e teve início a discussão', relatou.
Kelly afirmou que levou a faca de serra para a escola para se proteger, já que a sobrinha teria dito que as rivais estavam armadas com facas também. 'Eu não fui com intenção de matar ninguém, eu queria só me proteger e puxei a faca sem pensar', disse, complementando que não tinha percebido que tinha ferido a garota de 17 anos. 'Quando os policiais chegaram eu percebi que ela estava sangrando. Eu não sabia o que eu tava fazendo, eu não sabia que tinha ferido ela. Estou muito arrependida do que eu fiz', relatou.
O cabo João Nunes, do 14º Batalhão da Polícia Militar (BPM), contou que a guarnição estava em ronda nas proximidades da escola, e ao se aproximarem os PMs notaram a confusão. 'Quando apartamos a briga, a adolescente já estava ferida, e nós a socorremos para o hospital, mas infelizmente ela não resistiu', relatou. As duas acusadas foram apresentadas ao delegado Maurício de Menezes Pires, que presidirá o inquérito policial aberto para investigar o crime.
Fonte: O Liberal
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