DEPUTADO JORDY |
(Foto: Rodolfo Oliveira)
Uma postagem em áudio com duração de 2’59”,
disponibilizado ontem no site YouTube, movimentou as redes sociais em todo o
Estado e lotou as caixas de e-mail de vários internautas.
O link (http://www.youtube.com/
watch?v=XMxfXLt7 PSA) mostra um suposto diálogo telefônico entre o deputado federal
Arnaldo Jordy (PPS) e uma mulher de prenome Josy acerca de uma gravidez
indesejada supostamente da parte do deputado, que induz a todo instante a mulher
a fazer um aborto. “Mas eu quero o apoio para resolveres isso! Eu não tenho
condições de ter um filho! Eu não tenho condições, Josy...”, teria dito o
deputado. “E eu não tenho condições de fazer um aborto, Jordy, eu não tenho...
como vai ficar a minha cabeça depois?”, retruca a mulher.
A conversa foi tensa desde o início. Por essa
razão, em alguns trechos fica inaudível. A todo instante, a voz atribuida a
Jordy afirma que irá apoiar a mulher, que começou o diálogo querendo saber como
o homem iria apoiar a sua situação. “E agora? Como é que a gente faz? Como é que
vais me dar suporte? Vou passar nove meses grávida, vai atrapalhar meu trabalho,
atrapalhar minha vida...”, diz a mulher.
“Suporte de quê? Ahhhh, tás brincando... Eu não
tô dizendo que é uma decisão fácil, mas é uma decisão, Josy”, rebateu a voz
masculina. O homem afirma a todo instante que não tem condições de assumir o
suposto filho. “Eu não tenho! Se quiseres ter, tu tens. Eu não vou ter condições
de assumir isso”, avisa ele, para logo em seguida dizer que a moça terá que
fazer o teste de DNA para confirmar a paternidade da criança.
A mulher insiste em indagar supostamente a
Jordy como receberá ajuda nos nove meses de gestação. “Eu não tenho a menor
condição, Josy! Eu não tenho a menor condição! Eu pago três pensões. Isso é uma
loucura, isso, Josy...”. Em prantos, a moça dispara: “Aí tu queres me mandar
para um açougue para resolver esse problema?”. “Nunca te disse isso, Josy! Eu tô
dizendo que já procurei dois médicos, os melhores...”, rebate o homem.
A mulher receia de ter seu corpo violado com o
procedimento. “Se fosse o teu corpo, se fosse em ti, eu tenho certeza que não
estarias (inaudível) assim como estás colocando para mim”. E a voz atribuída a
Jordy completa: “...eu quero te ajudar...Eu não tou dizendo que é fácil. Só tou
dizendo que tem que procurar um médico...”.
Ao revelar medo e receio de ficar abalada
psicologicamente com o aborto, a mulher ouve o seguinte conselho: “Tu tens que
orientar o médico, para o médico te dizer quais são as consequências. E depois
pegar... Eu te ajudo a pagar o psicólogo para te ajudar a superar
isso...”.
TRAUMA
Já no final do diálogo o homem diz que “uma criança é para o resto da vida... Eu não tenho condições, Josy! Eu não tenho tempo nem de cuidar dos meus filhos que já tão aí...”. Já bastante abalada, a mulher indaga se “o trauma também não é para o resto da vida?”. “O trauma, a gente supera o trauma...”, finaliza supostamente o deputado.
TRAUMA
Já no final do diálogo o homem diz que “uma criança é para o resto da vida... Eu não tenho condições, Josy! Eu não tenho tempo nem de cuidar dos meus filhos que já tão aí...”. Já bastante abalada, a mulher indaga se “o trauma também não é para o resto da vida?”. “O trauma, a gente supera o trauma...”, finaliza supostamente o deputado.
O DIÁRIO ouviu especialistas em áudio que
afirmam que ele teria sido gravado no local da conversa, com um gravador
portátil, ou até mesmo com um aparelho celular, que tenha recursos de gravação,
ou até mesmo de grampos telefônicos.Após a divulgação do áudio na internet, o
DIÁRIO foi procurado por pessoas que se dizem amigas de Josy, que não quiseram
se identificar à reportagem, afirmando que teria sido ela quem gravou a
conversa, mas não é a responsável pela divulgação. Segundo os amigos, ela afirma
que um de seus celulares onde estava uma cópia da conversa foi roubado e o
assunto acabou vazando.
Os amigos disseram que ela teria mantido um
relacionamento com Jordy durante quase dois anos e que o bebê deve nascer ainda
este mês. Na época em que descobriu a gravidez, dizem os amigos, Josy, cujo nome
seria Josiane, comunicou ao deputado e logo em seguida eles se separaram, mas o
parlamentar teria garantido que daria toda a assistência financeira a ela e
assumiria a criança. Mas, depois de um tempo, ela não recebeu nada. Por isso,
entrou com uma Ação de Alimentos Gravídicos no Tribunal de Justiça do Pará
(TJE).
Mas, quando estava marcada a primeira
audiência, Jordy teria conseguido convencê-la a desistir da ação. Ela assinou
uma petição para o advogado dele e a ação não prosseguiu em uma das Varas de
Família do Fórum Civil de Belém. Os amigos contaram que, depois da divulgação na
internet, Josiane está recolhida em casa e com medo porque teria recebido
telefonemas ameaçadores. O DIÁRIO conseguiu confirmar que a pessoa que procurou
a reportagem é amiga de Josiane, mas não pode garantir que a gravação é
autêntica e nem a versão de que ela e o deputado teriam mantido um
relacionamento.
RESPOSTA
O DIÁRIO conseguiu falar com Arnaldo Jordy por
volta das 21h30 de ontem. “Cheguei de Brasília há pouco e fui alertado dessa
postagem pelo pessoal do meu escritório político. Para você ter ideia, ainda nem
ouvi isso”. Ele disse que primeiro iria se inteirar do assunto para ver que
medidas judiciais tomaria, não descartando solicitar judicialmente a retirada da
postagem do YouTube.
O site mostra que o link com o áudio foi
postado por Luis Pedro, sem maiores informações sobre o autor, no início da
tarde de ontem. “Soube por assessores que o áudio foi postado por essa pessoa,
que é um desconhecido, um anônimo, que não está nas redes sociais nem tem blog.
Mandarei periciar esse material para ver se foi armado ou editado”, disse.
O deputado estranha que o áudio apócrifo surja
justamente no período pré-eleitoral, quando a sua pré-candidatura para prefeito
de Belém está se consolidando. O parlamentar do PPS disse ter certeza que seus
telefones são grampeados e não confirmou se conhece alguém com o nome de Josy,
com quem tenha travado um diálogo desse tipo. “Conheço algumas pessoas, mas não
posso te afirmar nada agora. Preciso primeiro escutar o áudio”.
Diálogo atribuído ao deputado federal
pelo PPS
Acompanhe a transcrição do diálogo atribuído a Jordy e uma mulher de prenome Josy:
Homem:.... tem que ver o que vais fazer... Eu estou aqui para te apoiar, na medida do possível... Eu quero te apoiar... Tô determinado a te apoiar, mas tu tens que decidir o que tu quer fazer.
Mulher:: E agora? Como é que a gente faz? Como é que vais me dar suporte?
Homem: Suporte de quê?
Mulher:: Suporte! Tenho que ter um suporte! Vou passar nove meses grávida, vai atrapalhar meu trabalho, atrapalhar minha vida...
Homem: Ahhhh, tás brincando...
Mulher: Jordy, eu tô falando sério, Jordy...
Homem: Ah, vais ter (...). O que tu me disseste domingo? Que foi que me dissestes domingo?
Mulher:: (inaudível)
Homem: Eu não tô dizendo...
Mulher: (inaudível) ... vou pegar e chegar contigo e dizer: não, Jordy, tá bom, vou fazer o aborto...
Homem: Eu não tô dizendo que é uma decisão fácil, mas é uma decisão, Josy.
Mulher: Então pronto! Mas eu já (inaudível).
Homem: Eu não tenho condições de assumir isso! Eu não tenho! Se quiseres ter, tu tens. Eu não vou ter condições de assumir isso.
Mulher: Não vai ter condições de assumir a relação comigo, mas... (inaudível)
Homem Tá bom, Josy, então tá bom...Tu fazes... A gente vai fazer o DNA, vai fazer tudo direitinho.
Mulher: Não tem problema. A gente faz o DNA!
Homem: Então tá, tá bom, tá certo. Fechado.
Mulher: E durante esses nove meses, como eu vou fazer?
Homem: Não (inaudível)... o que é que tu vai fazer.
Mulher: Eu quero que me ajudes nesses nove meses, Jordy!
Homem: Eu não tenho a menor condição, Josy! Eu não tenho a menor condição! Eu pago três pensões. Isso é uma loucura, isso, Josy...
Mulher: Ah, é uma loucura?
Homem: É. Lógico que é!
Mulher: Aí tu queres me mandar para um açougue para resolver esse problema?
Homem: Eu nunca te dizen... Nunca te disse isso, Josy! Eu tô dizendo que já procurei dois médicos, os melhores.
Mulher: Ah, como se fosse uma decisão muito simples, né, Jordy?
Homem: Eu não tô dizendo..
Mulher: Se fosse o teu corpo, se fosse em ti, eu tenho certeza que não estarias (inaudível) assim como estás colocando para mim.
Homem: Mas eu não tô definindo nada. Eu quero te ajudar...
Mulher: Não vai ser fácil para mim também!
Homem: Eu não tô dizendo que é fácil. Só tô dizendo que tem que procurar um médico.
Mulher: Tu acabastes de me falar que tu estás aqui para me apoiar! Se eu tô te falando que eu não quero fazer, que eu to em dúvida, porque eu tô com medo, entendestes? Porque...
Homem: Medo de quê?
Mulher: Como é que eu faço? E depois? E depois? Como é que vai ficar a minha cabeça? Como se fosse assim, fácil para mim...
Homem: Eu não tô dizendo que é fácil Josy! Eu nunca te disse isso! Eu já te disse que é fácil alguma coisa? Já ouvistes da minha palavra, da minha boca dizer: “Josy, é uma decisão fácil!”. Já ouviste eu dizer isso pra ti? Tu ouvistes eu dizer isso?
Mulher: Então pronto! Se tá querendo me apoiar, então eu quero o teu apoio !
Homem: Mas eu quero dar o apoio para tu resolveres isso! Eu não tenho condições de ter um filho! Eu não tenho condições, Josy...
Mulher: E eu não tenho condições de fazer um aborto, Jordy, eu não tenho (inaudível)... como vai ficar a minha cabeça depois, porque eu tenho (inaudível)...
Homem: Não, tu tens... Tu tens que orientar o médico, para o medico te dizer quais são as consequências. E depois pegar... Eu te ajudo a pagar o psicólogo para te ajudar a superar isso...
Mulher: Quer dizer que é mais fácil pagar um psicólogo do que...
Homem: Eu não tô dizendo isso! Uma criança é para o resto da vida... Eu não tenho condições, Josy! Eu não tenho tempo nem de cuidar dos meus filhos que já tão aí...
Mulher: E o trauma também não é para o resto da vida?
Homem: O trauma, a gente supera o trauma...
Mulher: Ha, ha, ha (risos nervosos)
Homem: Então tá bom, Josy... Tá bom então...
Acompanhe a transcrição do diálogo atribuído a Jordy e uma mulher de prenome Josy:
Homem:.... tem que ver o que vais fazer... Eu estou aqui para te apoiar, na medida do possível... Eu quero te apoiar... Tô determinado a te apoiar, mas tu tens que decidir o que tu quer fazer.
Mulher:: E agora? Como é que a gente faz? Como é que vais me dar suporte?
Homem: Suporte de quê?
Mulher:: Suporte! Tenho que ter um suporte! Vou passar nove meses grávida, vai atrapalhar meu trabalho, atrapalhar minha vida...
Homem: Ahhhh, tás brincando...
Mulher: Jordy, eu tô falando sério, Jordy...
Homem: Ah, vais ter (...). O que tu me disseste domingo? Que foi que me dissestes domingo?
Mulher:: (inaudível)
Homem: Eu não tô dizendo...
Mulher: (inaudível) ... vou pegar e chegar contigo e dizer: não, Jordy, tá bom, vou fazer o aborto...
Homem: Eu não tô dizendo que é uma decisão fácil, mas é uma decisão, Josy.
Mulher: Então pronto! Mas eu já (inaudível).
Homem: Eu não tenho condições de assumir isso! Eu não tenho! Se quiseres ter, tu tens. Eu não vou ter condições de assumir isso.
Mulher: Não vai ter condições de assumir a relação comigo, mas... (inaudível)
Homem Tá bom, Josy, então tá bom...Tu fazes... A gente vai fazer o DNA, vai fazer tudo direitinho.
Mulher: Não tem problema. A gente faz o DNA!
Homem: Então tá, tá bom, tá certo. Fechado.
Mulher: E durante esses nove meses, como eu vou fazer?
Homem: Não (inaudível)... o que é que tu vai fazer.
Mulher: Eu quero que me ajudes nesses nove meses, Jordy!
Homem: Eu não tenho a menor condição, Josy! Eu não tenho a menor condição! Eu pago três pensões. Isso é uma loucura, isso, Josy...
Mulher: Ah, é uma loucura?
Homem: É. Lógico que é!
Mulher: Aí tu queres me mandar para um açougue para resolver esse problema?
Homem: Eu nunca te dizen... Nunca te disse isso, Josy! Eu tô dizendo que já procurei dois médicos, os melhores.
Mulher: Ah, como se fosse uma decisão muito simples, né, Jordy?
Homem: Eu não tô dizendo..
Mulher: Se fosse o teu corpo, se fosse em ti, eu tenho certeza que não estarias (inaudível) assim como estás colocando para mim.
Homem: Mas eu não tô definindo nada. Eu quero te ajudar...
Mulher: Não vai ser fácil para mim também!
Homem: Eu não tô dizendo que é fácil. Só tô dizendo que tem que procurar um médico.
Mulher: Tu acabastes de me falar que tu estás aqui para me apoiar! Se eu tô te falando que eu não quero fazer, que eu to em dúvida, porque eu tô com medo, entendestes? Porque...
Homem: Medo de quê?
Mulher: Como é que eu faço? E depois? E depois? Como é que vai ficar a minha cabeça? Como se fosse assim, fácil para mim...
Homem: Eu não tô dizendo que é fácil Josy! Eu nunca te disse isso! Eu já te disse que é fácil alguma coisa? Já ouvistes da minha palavra, da minha boca dizer: “Josy, é uma decisão fácil!”. Já ouviste eu dizer isso pra ti? Tu ouvistes eu dizer isso?
Mulher: Então pronto! Se tá querendo me apoiar, então eu quero o teu apoio !
Homem: Mas eu quero dar o apoio para tu resolveres isso! Eu não tenho condições de ter um filho! Eu não tenho condições, Josy...
Mulher: E eu não tenho condições de fazer um aborto, Jordy, eu não tenho (inaudível)... como vai ficar a minha cabeça depois, porque eu tenho (inaudível)...
Homem: Não, tu tens... Tu tens que orientar o médico, para o medico te dizer quais são as consequências. E depois pegar... Eu te ajudo a pagar o psicólogo para te ajudar a superar isso...
Mulher: Quer dizer que é mais fácil pagar um psicólogo do que...
Homem: Eu não tô dizendo isso! Uma criança é para o resto da vida... Eu não tenho condições, Josy! Eu não tenho tempo nem de cuidar dos meus filhos que já tão aí...
Mulher: E o trauma também não é para o resto da vida?
Homem: O trauma, a gente supera o trauma...
Mulher: Ha, ha, ha (risos nervosos)
Homem: Então tá bom, Josy... Tá bom então...
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