Marcadores

sexta-feira, outubro 05, 2012

PF investiga se dinheiro era para compra de votos


PF investiga se dinheiro era para compra de votos  (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
A quem iria servir o quase R$ 1,135 milhão apreendido pela Polícia Civil na última terça-feira (2) no aeroporto de Carajás, em Parauapebas? Esta é a grande pergunta para a Polícia Federal responder. O inquérito está sendo presidido pelo delegado Antônio José Silva Carvalho, para apurar a origem e destinação do dinheiro. Ontem à tarde, ele informou que colheu informações sigilosas em Parauapebas na quarta-feira. Mas disse que intimou empresários de Parauapebas, que vão depor na próxima terça-feira (9) em Marabá e podem ajudar a esclarecer esse mistério. 
Informalmente, o delegado disse que um dos empresários que se diz dono do dinheiro, contou que pediu um favor à Adinaldo Correa Braga, preso na terça-feira (2), juntamente com a esposa dele, Rosângela Noronha Braga e o piloto Lucas Silva Chaparra. O empresário explicou que devia dinheiro para o empresário João Vicente do Vale, o Branco, sócio da empresa ETEC White Tratores.

APRESSADA
A operação comandada pelo juiz eleitoral Líbio Araújo Moura, de Parauapebas (sudeste do Pará), e que redundou na apreensão do dinheiro em três mochilas foi “açodada, apressada e compromete o êxito das investigações”. A afirmação, feita ontem ao Estado, é do delegado da Polícia Federal em Marabá, Antônio Carvalho. “Há indícios de que o dinheiro seria usado para a compra de votos e boca de urna, na eleição de domingo, mas não há como provar, porque isso só seria possível no dia da eleição. O que se pode fazer, talvez, é indiciar as pessoas por formação de quadrilha”, explicou Carvalho, para quem a PF deveria ter sido avisada para que ela atuasse da forma como costuma fazer.
O delegado se refere à atuação do serviço de inteligência que, em casos como esse, costuma armazenar provas até a prisão dos suspeitos, no momento do crime. “Se o juiz tivesse nos avisado, nós ficaríamos monitorando as pessoas até a hora da prática da corrupção eleitoral”, disse Carvalho. 
Ao Estado, o juiz foi taxativo: “não vou polemizar com ninguém e também não faço qualquer reparo ao trabalho da Polícia Federal ou às condutas que o delegado irá tomar na apuração do caso”. Segundo Moura, ele fez o que determina o provimento 001/2012, da corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que dá ao juiz o poder de polícia e de fiscalização sobre denúncias que chegam a seu conhecimento.
Ele observa que não existe delegacia da PF em Parauapebas, por isso agiu de acordo com a competência que lhe é conferida por lei. avisando a PF de Marabá, distante 150 km, para onde o avião com as três pessoas detidas foram levadas. Moura disse que tem o maior respeito pelo trabalho da PF e concluiu que a PF e o Ministério Público Eleitoral decidirão qual o enquadramento legal a ser dado ao caso. 
No depoimento de um dos presos, Adinaldo Correa Braga, ficou claro, segundo o delegado, que o dinheiro seria entregue a Alex Ohana, ex-secretário municipal de Saúde de Parauapebas e atual coordenador da campanha de José das Dores Couto, o Coutinho, do Partido dos Trabalhadores (PT). O juiz teria relatado ao delegado que, enquanto aguardava o avião pousar, viu Ohana no local. Mas o ex-secretário ao vê-lo acompanhado de policiais saiu do aeroporto sorrateiramente.
Em nota o diretório municipal do PT de Parauapebas repudia o envolvimento da legenda no caso, afirmando que a apreensão do dinheiro não tem nenhuma relação com o partido, sua candidatura ou mesmo com a coligação Todos por Parauapebas. O diretório diz que tudo não passa de armação de setores atrasados ligados ao governo do Estado, que buscariam ainda “algum alento ao barco furado do candidato dos tucanos em Parauapebas”. E atribui a denúncia ao candidato Valmir da Integral (PSD), “apoiado pelo PSDB do governador do Pará, Simão Jatene”. A assessoria do candidato disse que a acusação é “risível” e que prefere não comentar. 
(Diário do Pará)

Nenhum comentário:

Postar um comentário