(Foto: Divulgação)
A quem iria servir o quase R$ 1,135 milhão
apreendido pela Polícia Civil na última terça-feira (2) no aeroporto de Carajás,
em Parauapebas? Esta é a grande pergunta para a Polícia Federal responder. O
inquérito está sendo presidido pelo delegado Antônio José Silva Carvalho, para
apurar a origem e destinação do dinheiro. Ontem à tarde, ele informou que colheu
informações sigilosas em Parauapebas na quarta-feira. Mas disse que intimou
empresários de Parauapebas, que vão depor na próxima terça-feira (9) em Marabá e
podem ajudar a esclarecer esse mistério.
Informalmente, o delegado disse que um dos
empresários que se diz dono do dinheiro, contou que pediu um favor à Adinaldo
Correa Braga, preso na terça-feira (2), juntamente com a esposa dele, Rosângela
Noronha Braga e o piloto Lucas Silva Chaparra. O empresário explicou que devia
dinheiro para o empresário João Vicente do Vale, o Branco, sócio da empresa ETEC
White Tratores.
APRESSADA
APRESSADA
A operação comandada pelo juiz eleitoral
Líbio Araújo Moura, de Parauapebas (sudeste do Pará), e que redundou na
apreensão do dinheiro em três mochilas foi “açodada, apressada e compromete o
êxito das investigações”. A afirmação, feita ontem ao Estado, é do delegado da
Polícia Federal em Marabá, Antônio Carvalho. “Há indícios de que o dinheiro
seria usado para a compra de votos e boca de urna, na eleição de domingo, mas
não há como provar, porque isso só seria possível no dia da eleição. O que se
pode fazer, talvez, é indiciar as pessoas por formação de quadrilha”, explicou
Carvalho, para quem a PF deveria ter sido avisada para que ela atuasse da forma
como costuma fazer.
O delegado se refere à atuação do serviço
de inteligência que, em casos como esse, costuma armazenar provas até a prisão
dos suspeitos, no momento do crime. “Se o juiz tivesse nos avisado, nós
ficaríamos monitorando as pessoas até a hora da prática da corrupção eleitoral”,
disse Carvalho.
Ao Estado, o juiz foi taxativo: “não vou
polemizar com ninguém e também não faço qualquer reparo ao trabalho da Polícia
Federal ou às condutas que o delegado irá tomar na apuração do caso”. Segundo
Moura, ele fez o que determina o provimento 001/2012, da corregedoria do
Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que dá ao juiz o poder de polícia e de
fiscalização sobre denúncias que chegam a seu conhecimento.
Ele observa que não existe delegacia da PF
em Parauapebas, por isso agiu de acordo com a competência que lhe é conferida
por lei. avisando a PF de Marabá, distante 150 km, para onde o avião com as três
pessoas detidas foram levadas. Moura disse que tem o maior respeito pelo
trabalho da PF e concluiu que a PF e o Ministério Público Eleitoral decidirão
qual o enquadramento legal a ser dado ao caso.
No depoimento de um dos presos, Adinaldo
Correa Braga, ficou claro, segundo o delegado, que o dinheiro seria entregue a
Alex Ohana, ex-secretário municipal de Saúde de Parauapebas e atual coordenador
da campanha de José das Dores Couto, o Coutinho, do Partido dos Trabalhadores
(PT). O juiz teria relatado ao delegado que, enquanto aguardava o avião pousar,
viu Ohana no local. Mas o ex-secretário ao vê-lo acompanhado de policiais saiu
do aeroporto sorrateiramente.
Em nota o diretório municipal do PT de
Parauapebas repudia o envolvimento da legenda no caso, afirmando que a apreensão
do dinheiro não tem nenhuma relação com o partido, sua candidatura ou mesmo com
a coligação Todos por Parauapebas. O diretório diz que tudo não passa de armação
de setores atrasados ligados ao governo do Estado, que buscariam ainda “algum
alento ao barco furado do candidato dos tucanos em Parauapebas”. E atribui a
denúncia ao candidato Valmir da Integral (PSD), “apoiado pelo PSDB do governador
do Pará, Simão Jatene”. A assessoria do candidato disse que a acusação é
“risível” e que prefere não comentar.
(Diário do Pará)
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