O deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA) não acredita em uma possível intervenção na Rede Celpa, que entrou com pedido de recuperação judicial no final do mês passado. De acordo com o parlamentar, que é primeiro vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, os alardes de que a concessionária de energia do Pará poderia sofrer intervenção são políticos e partem de "meia dúzia" de pessoas que querem desestabilizar a empresa. Wlad afirma que a Celpa já possui um plano de obras e melhorias em andamento e aposta na recuperação dos problemas da empresa.
Na última quinta-feira, uma audiência pública realizada na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teve como objetivo discutir a situação da Celpa. O deputado, que compareceu à audiência, ressalta que em nenhum momento a Aneel falou em intervenção na Celpa. "A Aneel apenas abriu um processo administrativo de inadimplência. Neste processo, a Aneel envia para a empresa um termo de intimação acompanhado de um relatório de itens de inadimplência e fixa um prazo de 60 dias para que a empresa apresente um plano de ação para a recuperação. Esse plano, inclusive, já está praticamente pronto", detalha. O parlamentar lembra ainda que a possibilidade de intervenção é remota. "Afirmar que a Celpa irá sofrer intervenção é um terrorismo feito por aqueles que querem desestabilizar a empresa", assegura.
O deputado federal criticou ainda a proposta de federalização da Celpa que vem sendo encampada pelos órgãos sindicais. "É uma utopia que está sendo usada como manobra, mas, que, na prática, não tem como acontecer. Não está na cartilha da presidente Dilma reestatizacar", frisou.
O vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara acredita ainda que a situação financeira da Celpa piorou por conta da própria postura da Aneel que, segundo ele não considera as peculiaridades do Pará e da Amazônia na hora de estabelecer metas. "Vivemos em uma região onde a distribuição de energia é muito mais complexa. No ano passado, a Celpa pagou mais de R$ 100 milhões de multa, enquanto que outros Estados pagaram muito menos. Mas não se pode comparar a distribuição de energia no Pará e no Distrito Federal, por exemplo,", acrescentou. Para Wladimir Costa, a reestruturação financeira da Celpa é uma questão de tempo. "O setor energético é uma das principais bases econômicas que sustenta este País. E nós, que representamos o Pará no Congresso Nacional, temos a obrigação de fiscalizar o setor, apoiando o que for de interesse nacional", concluiu.
Denúncias - Representantes de sindicatos e movimentos sociais das regiões sul e sudeste do Pará se reuniram, na manhã de ontem, com o procurador-chefe da República no Pará, Ubiratan Cazetta, na sede do Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA), em Belém, para apresentar denúncias contra a Rede Celpa. O representante do MPF-PA se comprometeu analisar e avaliar cada caso apresentado.
De acordo com Cazetta, as denúncias estão relacionadas à implantação do programa "Luz para todos", à diferenciação na cobrança de tarifas de energia elétrica e cobranças indevidas. O procurador explicou que os representantes reclamaram que a expansão do programa não alcançou algumas áreas. "Primeiro, vamos pedir informações ao Ministério de Minas e Energia e, em seguida, chamar a Celpa para conversar. Com isso, podemos identificar o que aconteceu e, depois, como vamos proceder", disse. A Rede Celpa informou que só vai se manifestar sobre o assunto quando foi notificada pelo MP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário