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domingo, abril 15, 2012

Presídio de Paragominas acima da lotação permitida


É preciso ter muita cautela e experiência para dirigir um presídio sem que haja rebelião, manifestação ou outras atitudes consideradas drásticas para a população carcerária e para o próprio município. Os presídios brasileiros são, na verdade, verdadeiros barris de pólvora.
Aqui em Paragominas, o Centro Regional de recuperação está com quase o dobro de sua capacidade e mesmo assim, a ordem é mantida devido aos programas desenvolvidos pela Justiça e o trabalho da diretoria daquela casa de detenção.
É assim que pensam a maioria de quem tem parentes ou amigos cumprindo pena. Alguns projetos são apoiados por grandes empresas como a Hydro e empresas de médio porte da própria cidade.
Cursos como o Programa Vale Alfabetizar e de supletivo, por meio da Educação de Jovens e Adultos – EJA, coordenada pela Secretaria Municipal de Educação (SEMEC). Horta, fábrica de vassouras, biblioteca e cursos em parceira com o Senai.
A Prefeitura de Paragominas, 3ª Vara Penal do município, Ordem dos Advogados Seção Pará (OAB/PA), Hydro Paragominas, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público, Defensoria Pública, Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE), Traterra Terraplenagem e Reflorestamento LTDA, Dalmaso Engenharia, entre outros, fazem parte do Projeto de ressocialização dos detentos.
Para se ter uma idéia, uma empresa de Paragominas, a Telhado Materiais Para Construção é uma das que dá oportunidade ao ex-detento, contratando estas pessoas para que tenham dignidade.
A última rebelião ocorrida no Presídio de Paragominas foi em 2009. De lá para cá, os projetos estão sendo desenvolvidos e os detentos não tem mais tempo ocioso. Por exemplo, meses atrás, por determinação judicial, um grupo de presos foi o responsável pela recuperação da Escola Estadual Raimundo Laureano. Eles se sentiram úteis, tiveram a pena reduzida e ainda contribuiram com o Estado.
“Os agentes estão mais humanizados e respeitam os detentos, assim como são respeitados”, disse um agente prisional que não quiz se identificar. problemas acontecem, principalmente para quem vive nestas circunstâncias. drogas e celulares são encontrados, estoques são fabricados, mas sempre está havendo revistas e estes objetos recolhidos.
Mas essa calmaria é vigiada de perto pelos órgãos da Segurança Pública. “Aqui em Paragominas os projetos estão dando certo porque a comunidade, as empresas e os órgãos públicos são parceiros”, disse o agente prisional que está há vários anos na atividade e conhece bem o que está falando.
A única preocupação neste momento é com a superlotação. A capacidade de celas é pequena para a grande quantidade de presos e é a única coisa que ainda tira o sono de quem está na direção do Centro de Recuperação de Paragominas que, por ser regional, abriga presos de todos os outros municípios que compõem a região nordeste do Estado.

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